terça-feira, 23 de outubro de 2018


PRIMEIRO DIA
A oração mental

I.                   – Filho, quanto me consola ver-te prostrado a meus pés, para que eu te ilumine e fale ao teu coração!
Tu tens maior necessidade das minhas luzes e auxílios que os outros; porque as minhas verdades, soando continuamente em teus lábios e em teus ouvidos, já te não impressionam.
Entrega-te pois a mim, reflecte, pensa, medita; porque todo o mal nasce da falta de meditação. Por isso o mundo está tão extraviado e pervertido; por isso há tantos sacerdotes só no nome, e tão poucos na realidade e na virtude. Mas põe de parte a consciência dos outros, e cuida somente da tua.
Se tens caído no pecado, filho, porque não recorres à oração? Todas as boas obras, ainda as mais santas, como a esmola, a austeridade, a pregação, até a celebração do tremendo Sacrifício da Missa, podem existir com o pecado; porém pecado com devota e frequente meditação não pode[1].
Se queres livrar-te dele, a meditação é o remédio; se temes a recaída, a meditação é a arma e escudo contra as tentações que padeces, e contra os perigos do século celerado em que vives; é a fornalha donde extrairás a chama, que deve inflamar-te em santo empenho de cumprires todas as tuas obrigações, que são tantas e tão graves!
Então ditoso de ti! Já não cometerás novos pecados; resgatar-te-ás dos passados e, satisfazendo-me por meio da penitência, fervor e edificação das almas, crescerás de virtude em virtude, e chegarás a ser, como outros muitos, um santo. Doutra sorte serás um eclesiástico só na aparência, um profano vestido de Sacerdote ou de Religioso; serás um miserável coberto de pecados até a morte[2].
Ah! Filho, se compreenderas bem a necessidade que tens da oração mental!...
II.                – Filho, a minha Igreja, as almas remidas como meu sangue esperam que tu me aplaques; que sustentes e fortaleças os justos; que convertas, doutrines, inflames e salves os pecadores. Os seculares se encomendam continuamente às tuas orações; para este fim te dão esmolas e gozas dos bens da Igreja; para este fim te constitui Sacerdote e advogado, não só dos vivos, mas também dos mortos.
Porém dize-me, filho, satisfarás a estes deveres sem oração? Imaginas que para suspender meus flagelos, obter a paz, santificar as almas, basta um Memento, que dura tanto quanto um Credo, ou poucas orações vocais sem devoção? Como hás de inflamar os outros, se o teu coração é gelo? Como os comoverás, se tu não estás comovido? Não basta, filho, não basta ciência nem eloquência para salvar almas: vale mais uma só palavra nascida de um coração abrasado na oração, que cem sermões de um teólogo vão e dissipado. Se queres ganhar almas para mim, entrega-te à oração: assim o praticaram todos os varões apostólicos; assim o pratiquei eu mesmo para te dar o exemplo.
Na oração receberás as luzes, graças e fervor convenientes para as encaminhar. Assim afervorado, conhecerão os seculares que não exerces o teu ministério só por ofício ou costume; e eu mesmo hei de contribuir com aquelas graças que me pedires, que redundarão em grande proveito deles e também teu; pois, filho, de que te serviria teres salvado o mundo todo, se perdesses a tua alma?
III.             – Eia, filho, vem todos os dias a meus pés; vem consolar meu coração. Acharás que o meu trato te não causa pena; antes será o teu conforto, a tua consolação e a origem de todo o bem.
Dize-me, pois, que resolução tomas? Tens tempo para tudo e para todos; e só o não terás para mim e para a tua alma? Tens talento e capacidade para as ciências, para os interesses terrenos, para longas e profundas meditações sobre objetos muitas vezes a mim desagradáveis, e a ti e ao teu próximo perniciosos; e não o terás para pensar em tuas obrigações e na ciência dos Santos?
Se não sabes, eu serei teu mestre; e  assim como a meus discípulos abri os tesouros da minha celestial doutrina, assim te farei gostar os meus dons, e te encherei do meu espírito. Aprenderás mais junto à minha Cruz que na leitura de todos os livros.
Tantos pobres, afadigados, rudes e ignorantes têm tempo, e têm-no todos os dias, e assim meditando chegam a conseguir a eminente ciência da santidade; e não o terás tu, nem saberás, nem quererás? Deixar-te-hás vencer deles?
Por amor de ti eu passei noites inteiras em oração; derramei vivo suor de sangue no Horto; e por mim não quererás gastar uma hora em corresponder-me?!
Fruto. – Propõe fazer todos os dias ao menos meia hora de meditação. Procura munir-te de algum livro concernente ao teu estado, como as Meditações de Bevellet, as do Pároco de Lião, as de Rogério e outras. Entretanto usa do presente livrinho; e procura ganhar as Indulgências, concedidas por Bento XIV a quem ensinar, aprender e praticar este santo exercício.
A meditação é prescritiva a todas as Ordens Regulares nas respectivas Constituições. S. Francisco de Assis e S. Boaventura dizem que sem exercício da meditação, o Religioso nunca terá virtude e ao final se perderá. S. Francisco de Sales queria que todo o eclesiástico prefixasse uma hora cada dia para meditar; o que o Santo observava inviolavelmente.
S. Carlos mandava que os ordinandos fossem examinados sobre se sabiam fazer oração, se a praticavam, e o fruto que dela tiravam; quando ignorassem esta matéria, não eram promovidos às Ordens sacras.
Ainda que te aches no estado de aridez, nunca deixes a meditação: busca não as consolações de Deus, mas o Deus das consolações, e colherás abundantes frutos.
Grava em teu coração a seguinte máxima do venerável João d’Ávila: Que é absolutamente inábil para o sacerdócio quem não é homem de oração.

(Texto extraído do livro «Jesus Cristo falando ao coração do Sacerdote», de Bartolomeu do Monte. Imprimatur. Porto, 9 de Abril de 1910 + A., Bispo do Porto / Propriedade Registada / Porto -Typ. de A.J. da Silva Teixeira, Successora Rua da Cancella Velha, 70)




[1] Perspectum  íd velim, nos quamvís culpis, et sceleribus coopertos precatio deprehendat, illico tamen expiari… Medicinam etenim quandam expultricem ægritudinum esse constat iis, qui morbis animi conflictantur. (Crisóst. Homil. 67).
[2] Ubi vero contigerit, ut aliquis sit precibus nudus, is a dæmonibus abripitur, et in scelera, exitia, calamitates impellitur. (Crisóst. ibidem).

sexta-feira, 27 de abril de 2018

O Anjo do primeiro flagelo


413. O Anjo do primeiro flagelo

«Recordais hoje a minha última aparição em Fátima, a 13 de Outubro de 1917, confirmada pelo milagre do sol.

Olhai cada vez mais para a Mulher revestida de sol, que tem a missão de preparar a Igreja e a humanidade para a vinda do grande dia do Senhor.

Os tempos da batalha decisiva chegaram.

A hora da grande tribulação desceu sobre o mundo, por­que os Anjos do Senhor são enviados, com os seus flage­los, para castigar a terra.

Quantas vezes vos convidei a caminhar pela senda da mortificação dos sentidos, do domínio das paixões, da modéstia, do bom exemplo, da pureza e da santidade. Mas a humanidade não acolheu o meu convite e continuou a desobedecer ao sexto Mandamento da Lei do Senhor, que prescreve não cometer actos impuros. Quis-se, pelo contrário, exaltar tais transgressões e propô-las como a conquista de um valor humano e como um modo novo de exercer a própria liberdade pessoal. Chegou-se assim ao ponto de legitimar como sendo bons todos os pecados de impureza.

Começou-se a corromper as consciências das crianças e dos jovens, levando-os à convicção de que os actos impu­ros cometidos sozinhos já não são pecado; que as relações sexuais tidas antes do matrimónio entre namorados são lícitas e boas; que as famílias se podem comportar livre­mente e recorrer até aos meios contraceptivos.

Chegou-se ao ponto de justificar e exaltar os actos impu­ros contra à natureza e até a propor leis que equiparam a convivência entre homossexuais à família.

Jamais como hoje a imoralidade, a impureza e a obsceni­dade são continuamente publicitadas, através da imprensa e de todos os meios de comunicação social. A televisão, sobretudo, tomou-se o instrumento perverso de um bom­bardeamento quotidiano de imagens obscenas, destinadas a corromper a pureza da mente e do coração de todos.

Os locais de divertimento, especialmente os cinemas e as discotecas, tomaram-se lugares de profanação pública da própria dignidade humana e cristã.

É o tempo em que o Senhor, nosso Deus, é ofendido con­tinua e publicamente com os pecados da carne.

A Escritura divina já vos admoestou de que quem peca com a "carne", na própria carne encontrará a sua justa punição.

Chegou assim o tempo em que o Anjo do primeiro flage­lo passa sobre o mundo, para que este seja castigado segun­do a vontade de Deus (cfr Ap 16, 2).

- O Anjo do primeiro flagelo incide na carne daqueles que se deixaram marcar na fronte e na mão pelo sinal do monstro e adoraram a sua imagem, uma chaga dolorosa e maligna, que faz gritar de desespero aqueles que foram atingidos por ela. Esta chaga representa as dores fisicas que atingem o corpo por causa de doenças graves e incuráveis.

A chaga dolorosa e maligna é um flagelo para toda a humanidade, hoje tão pervertida, que construiu uma "civi­lização" ateia, materialista e que faz da busca do prazer o fim supremo da vida humana.

Alguns dos meus pobres filhos foram atingidos por esta chaga por causa dos seus pecados impuros e das suas desordens morais e carregam, por isso, em si mesmos, o peso do mal que cometeram.

Outros, ao contrário, são feridos, não obstante serem bons e inocentes; o seu sofrimento serve então para a sal­vação de muitos ímpios, graças à solidariedade que a todos vos une.

- O primeiro flagelo são os tumores malignos e toda a espé­cie de cancro, contra o qual a ciência nada pode fazer, não obstante o seu progresso em todos os sectores; estas doenças difundem-se e atingem cada vez mais o corpo humano, devastando-o com chagas dolorosíssimas e malignas.

Filhos predilectos, pensai na difusão destas doenças incuráveis em toda parte do mundo e nos milhões de mor­tes que elas fazem.

- O primeiro flagelo é a nova doença da SIDA, que fere sobretudo os meus pobres filhos vítimas da droga, dos vícios e dos pecados impuros contra a natureza.

A vossa Mãe Celeste quer ser ajuda, amparo, conforto e esperança para todos, nestes tempos em que a humanidade é ferida por este primeiro flagelo. Por isso vos convido a cami­nhar pela senda do jejum, da mortificação e da penitência.

- As crianças peço que cresçam na virtude da pureza e que sejam ajudadas, neste difícil caminho, pelos pais e edu­cadores.

- Aos jovens peço que se formem no domínio das paixões com a oração e a vida de união comigo, e que renunciem ao cinema e às discotecas, onde correm o grave e contínuo perigo de ofender esta virtude que é tão querida ao meu Coração Imaculado.

- Aos namorados peço que se abstenham de qualquer relação sexual antes do matrimónio.

- As famílias cristãs peço que se formem no exercício da castidade conjugal e que nunca usem meios artificiais para impedir a vida, conforme o ensinamento de Cristo, que a Igreja ainda hoje propõe com iluminada sabedoria.

Como desejo da parte dos sacerdotes a escrupulosa observância do celibato e da parte dos religiosos a prática fiel e austera do seu voto de castidade!

Aos meus pobres filhos atingidos pelo primeiro flagelo da chaga dolorosa e maligna, apresento-Me como Mãe misericordiosa, que alivia e conforta, que leva à esperança e à paz. A estes peço que ofereçam os seus sofrimentos em espírito de reparação, de purificação e de santificação. O meu Coração Imaculado torna-se, sobretudo para estes, o refúgio mais acolhedor e o caminho seguro que os leva ao Deus da salvação e da alegria.

Neste meu celeste jardim, todos serão consolados e enco­rajados, ao mesmo tempo que Eu mesma cuido amorosa­mente de lhes dar alívio no sofrimento e, se for da vontade do Senhor, de lhes oferecer o dom da cura.Portanto, nestes tempos em que a humanidade é atingida pelo primeiro flagelo, convido-vos todos a olhar para Mim, vossa Mãe Celeste, a fim de serdes confortados e ajudados». (Dongo (Itália), 1 de Novembro de 1989 – Festa de todos os santos)

A marca na fronte e na mão


411. A marca na fronte e na mão

Hoje é a festa do nascimento da vossa Mãe Celeste (…)Vivei-a na alegria e na paz, no silêncio e na oração, na con­fiança e no filial abandono. Vós sois as pequenas crianças da vossa Mãe Menina. Vós sois parte da minha descendência e peça importante do meu desígnio vitorioso.

Vós formais uma coroa preciosa de pureza, de amor e de humildade ao redor do berço em que estou deitada.

Deixai-vos nutrir e formar por Mim; deixai-vos conduzir por Mim com docilidade. Deixai-vos marcar por Mim com o meu selo materno.

Estes são os tempos em que os sequazes daquele que se opõe a Cristo são marcados com o seu sinal na fronte e na mão.

- A marca na fronte e na mão indica a total dependência que existe entre aquele que é marcado por este sinal e aque­le que é representado pela marca. O sinal indica aquele que é o inimigo de Cristo, isto é, o anticristo, e a sua marca, que é impressa, significa a pertença total da pessoa que é mar­cada ao exército daquele que se opõe a Cristo e que luta contra o seu divino e real domínio.

A marca é impressa na fronte e na mão.

- A fronte indica a inteligência porque a mente é a sede da razão humana.

- A mão exprime a actividade humana porque é com as suas mãos que o homem age e trabalha.

Portanto, é a pessoa que é marcada com o sinal do anti­cristo na sua inteligência e na sua vontade.

Quem se deixa marcar com o sinal na fronte é levado a aco­lher a doutrina da negação de Deus, da rejeição da sua Lei, do ateísmo, que é cada vez mais difundido e publicitado nestes tempos. Assim, é impelido a seguir as ideologias em moda hoje em dia e a tomar-se propagador de todos os erros.

Quem se deixa marcar com o sinal na mão é obrigado a agir de maneira autónoma e independente de Deus, orien­tando a sua actividade só para a busca de um bem material e terreno. Subtrai assim a sua acção ao desígnio do Pai, que a quer iluminar e sustentar com a sua Providência divina; ao amor do Filho, que torna a fadiga humana um meio pre­cioso para a sua própria Redenção e santificação; ao poder do Espírito Santo, que age em toda a parte para renovar interiormente toda a criatura.

- Quem é marcado com o sinal na mão trabalha só para si próprio, para acumular bens materiais, faz do dinheiro o seu deus e toma-se vítima do materialismo.

- Quem é marcado com o sinal na mão age só para satis­fazer os próprios sentidos, para procurar o bem-estar e o prazer, para dar plena satisfação a todas as suas paixões, especialmente da impureza e torna-se vítima do hedonismo.

- Quem é marcado com o sinal na mão faz do próprio eu o centro de todo o seu agir, olha para os outros como objec­tos a usar e a explorar para proveito próprio e torna-se víti­ma do egoísmo desenfreado e da falta de amor.

Se o meu adversário marca com o seu sinal todos os seus sequazes, chegou o tempo em que também Eu, vossa Celeste Comandante, marco com o meu selo materno todos aqueles que se consagraram ao meu Coração Imaculado e fazem parte do meu exército.

Imprimo o meu selo na vossa fronte com o sinal santíssi­mo da Cruz do meu Filho Jesus. Assim abro a inteligência humana para que acolha a sua Palavra divina, para que a ame e a viva, levo-vos a entregar-vos completamente a Jesus, que vo-la revelou, e torno-vos hoje corajosas teste­munhas de fé.

Aos que são marcados na fronte com o sinal blasfemo, Eu contraponho os meus filhos marcados com a Cruz de Jesus Cristo. Depois, oriento toda a vossa actividade para a perfeita glorificação da Santíssima Trindade. Para isso, imprimo na vossa mão o meu selo, que é o sinal do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Com o sinal do Pai, a vossa actividade humana é orientada para uma perfeita cooperação com o desígnio da sua Providência divina, que ainda hoje dispõe todas as coisas para o vosso bem.

Com o sinal do Filho, toda a vossa acção é inserida pro­fundamente no mistério da sua divina Redenção.

Com o sinal do Espírito Santo, todo o vosso agir se abre à sua poderosa força de santificação, que sopra em toda a parte como um poderoso fogo, para renovar o mundo intei­ro desde os fundamentos.

Meus filhos predilectos, deixai-vos marcar todos na fron­te e na mão com o meu selo materno, neste dia em que, recolhidos com amor ao redor do meu berço, celebrais a festa do nascimento terreno da vossa Mãe Celeste». (Dongo (Itália), 8 de Setembro de 1989 – Festa da Natividade da Virgem Santa Maria)

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A LIBERTAÇÃO DO REIKI



O meu Testemunho de Cura e Libertação

Testemunho: A libertação do REIKI

Chamo-me Maria (nome fictício), tenho 35 anos e sou da Região do Oeste. Nasci no seio de uma família católica. Uma família que me fez ganhar em criança uma grande carinho por Nossa Senhora e pelo terço, mas que por outro lado, quando a vida não lhes corria bem, era encaminhada para bruxas, espíritas e para a casa de uma senhora "benzedeira" que rezava por mim com orações estranhas e que me benzia para que nenhum mal me acontecesse. Hoje sei que estas senhoras bruxas, espíritas e benzedeiras são verdadeiros instrumentos do demónio, porque todas as “orações”, incorporações e anjos-guias que elas invocam e chamam, são demónios. As suas casas estão cheias de imagens de santos, do Sagrado Coração de Jesus, de Nossas Senhoras, de anjos e por isso enganam os mais ignorantes da Palavra de Deus. A pessoa que entra nestas casas fica automaticamente presa ao demónio e faz, sem saber, um pacto com ele. Mas o demónio não se fica por aqui, pois através dessas pessoas, arrasta para ele, toda a família a que ela pertence. Estas senhoras sendo instrumentos do demónio, têm o poder dele, de nos supostamente curar e aliviar de certos problemas que sofremos, enganando-nos e prendendo-nos às tácitas do demónio. Elas fazem-nos ainda realizar determinados rituais/trabalhos nas nossas próprias casas como por exemplo: defumações por toda a casa, rezar orações de "cobranto" com água e azeite para afastar o mau-olhado, rezar outras orações vindas do oculto, etc. que abrem a porta da nossa casa para a entrada de uma enchente de demónios que atormentam toda a família. Além disso "receitam" benzermos-nos com produtos "rezados"dessas casas todos os dias, banhos de sal durante vários dias seguidos, usar connosco amuletos como chifres e figas, entre outras práticas, que nos ligam aos demónios e às almas condenadas. Devido a tudo o que foi descrito com o decorrer do tempo, a minha casa foi-se tornando pouco a pouco num lugar insuportável de se viver. Deixou de haver paz, diálogo, compreensão e amor para abundarem as discussões e as explosões de ódio e de raiva. A minha casa tornou-se um verdadeiro inferno!

Em criança passei por situações estranhas sem eu compreender o motivo – ouvia pessoas a entrarem e a saírem pelas portas da minha casa e a andarem, rastejando e cambaleando pelos corredores sem as conseguir ver. Isso aterrorizava-me durante a noite ao ponto de chamar constantemente pela minha mãe e pedir para que ela dormisse comigo. Muitas vezes os meus pais deixavam-me uma luz de presença, mas nunca era suficiente para me acalmar, pois durante a noite, sentia também com frequência, presenças estranhas à minha volta na cama que me aterrorizavam a noite toda. Muitas vezes caía doente na cama, sem conseguir levantar-me e os médicos não conseguiam saber o que eu tinha contraído e de repente ficava novamente com saúde; Durante a noite sentia por vezes aranhas grandes e peludas a subirem-me pelas costas e eu gritava de aflição pondo em pânico toda a família. Com frequência aconteciam-me situações inexplicáveis e estranhas como, não conseguir entrar em determinados locais, durante determinado tempo, como por exemplo sala de aula, praia, etc. E tal era o mal-estar e a angústia que me provocavam essas situações que eu chorava desalmadamente e tinha de voltar para casa não indo à escola ou à praia.

Como se entende, tive uma infância e adolescência muito atribulada, em que os meus problemas se foram avolumando ao longo dos anos até ao extremo da minha revolta com Deus que levou à minha vida sem Deus e sem fé.

Contudo a dada altura da minha juventude, senti que devia enveredar por uma vida de maior união com Deus com mais oração e silêncio profundo. Decidi portanto, entrar numa ordem religiosa. Como consequência de sofrer de tantos problemas emocionais e espirituais (fruto do meu passado no ocultismo), passado algum tempo, comecei a entrar em depressão. Ao ver o meu estado de saúde, a Superiora juntamente com um Sacerdote Franciscano que naquele momento era o diretor espiritual das jovens em formação, decidiram encaminhar-me para uma clínica situada no norte do país, onde permaneci cerca de 4 meses em tratamento. Nessa clínica, fizeram-me tratamentos fundamentados nas técnicas da Nova Era, em que se utilizavam técnicas e se ensinavam os pacientes a auto curarem-se e a dirigirem o seu processo de cura. Como resultado, adoeci ainda mais e caí numa depressão mais profunda.

Como estava muito doente quer física quer espiritualmente, e sem perspectivas de melhoria, algumas irmãs da ordem onde estive, tiveram conhecimento disso e aconselharam-me a experimentar uma nova Congregação de vida ativa em Fátima, suas conhecidas, para onde eu aceitei ir. Como o meu estado era, a olhos vistos de todos na Congregação, de depressão, estas novas Irmãs convidaram-me a participar numa nova experiência, muito oferecida pela sociedade atual e moderna, para ajudar a ultrapassar estas situações que foi o reiki e a cristaloterapia. Eu, na minha ignorância, aceitei, confiando cegamente nelas. Estas irmãs convidavam-me a deitar numa cama, num quarto a meia-luz, pegavam em cristais e ao mesmo tempo que os faziam passar por determinadas partes do meu corpo, balbuciavam várias palavras baixinho, que eu nunca cheguei a perceber o que diziam. Hoje sei que são palavras e "orações" que não são de Deus e que estas técnicas, tais como, o reiki, iogaterapia, o seichim, o shiatsu, a acupressão, etc., tratam-se de técnicas demoníacas de cura pelas mãos ("Mãos que Curam vs. técnicas demoníacas de cura pelas mãos" de João Silva Dias).

Como consequência, o meu estado de saúde agravou-se substancialmente e eu cheguei a um estado degradante, frustrante e humilhante, com a vida completamente bloqueada e arruinada, em nada tinha sucesso: nos empregos, nos projetos de vida, nas amizades, na família, etc.. Perdi tudo. Sozinha, arruinada e incompreendida pela família e amigos, e revoltada contra Deus caí no sofrimento mais atroz que alguém pode passar. Por fim, desisti de viver- desisti de Deus, desisti da Igreja, desisti da vida, desisti de todos e de mim mesmo. Por várias vezes tentei por fim à minha vida, mas nesses momentos, sentia sempre Alguém que me impedia de fazê-lo e me fazia sentir no coração estas palavras: "Não desistas! Ainda há esperança! Confia!". No meu desespero, dor e revolta por não ter tido coragem de por fim à minha vida, chorava desalmadamente e ía buscar o terço. Estas foram as minhas únicas companhias durante longos meses – as lágrimas e o terço. E eis que um dia, um simples desejo fez com que portas maravilhosas se abrissem para a minha vida!

Certo dia, acordei e disse para comigo: "Hoje vou chorar aos pés de Jesus no sacrário da Igreja da minha paróquia!”. No fundo, eu sentia saudades da companhia de Jesus, Daquele Jesus que eu conheci em criança e que me fazia estremecer de alegria... Ao entrar na Igreja, tal foi o meu espanto, quando uma senhora, que vinha a descer pelo corredor me diz: "Queres vir este fim-de-semana passar um dia em oração? É muito bom! Vais gostar muito! Vem! Jesus te espera!". Estas palavras tocaram profundamente o meu coração. O olhar dela era tão luminoso, tão cheio de ternura que eu fiquei a pensar... Eu vou! Pelo menos, vou passar um dia diferente!

E foi assim que eu conheci os retiros de Vida Nova no Espírito do Prof. João Carlos da Silva Dias, pois ele era o pregador desse retiro nesse fim de semana . Ele é o coordenador de uma equipa de evangelização - “Discípulos de Jesus” e já pregou de norte a sul de Portugal e em quatro continentes. Nos seus retiros vemos que Jesus está Vivo e o Espírito Santo operante como na Igreja primitiva. O João através da sua vivência profundíssima com Deus, dos seus carismas de cura e libertação, e dos seus ensinamentos sobre o Amor de Deus por cada um de nós, da Salvação em Jesus e do alerta para os embustes e ciladas do demónio, ele e a sua equipa ajudaram-me a desejar uma verdadeira conversão para Deus e a tomar consciência pela primeira vez na minha vida dos locais do oculto onde me levaram e por onde andei. Os seus retiros são muito intensos, profundos e cheios de oração e englobam: Eucaristia, Sacramento da Confissão, Adoração ao Santíssimo Sacramento nocturna, terço a Maria Santíssima, terço à Divina Misericórdia, e Louvor e Oração em línguas pedindo vários Pentecostes ao longo do dia. Nesses Pentecostes o Espírito Santo opera muitas curas interiores, físicas e libertações que são testemunhadas por todos os que frequentam os seus retiros.

Quando eu estive presente pela primeira vez no retiro do João no Moledo no momento da oração da renúncia, em que todos tínhamos que renunciar em voz alta em uníssono a Satanás e aos locais do oculto, - comecei repentinamente a sentir a minha cabeça muito pesada e a doer-me tanto, mas tanto que me impedia de falar. E fiquei assim até ao fim da oração sem conseguir repetir uma única palavra que o João dizia e que queria que nós repetíssemos. O João no fim da oração pediu a todos aqueles que tivessem estes e muitos outros sintomas (aperto no estômago, aperto no coração/peito, pernas a tremer, mal estar geral, dor de cabeça, cabeça pesada, bloqueios durante a oração/não ter conseguido dizer certas palavras, etc.) que se aproximassem e fizessem fila para serem rezados por ele, pois estes sintomas revelam que a nossa vida está fortemente sob a opressão do demónio e que precisamos de ajuda para ficar libertos.

De seguida, quando o João rezava por nós que tínhamos aqueles sintomas rezando em línguas e impondo as suas mãos em cada um dos que estavam nas filas (e que éramos a maioria dos presentes), fiquei assustada e diria mesmo em pânico, porque ouvi pessoas a chorar alto, outras a gritar e a espernear, outras a rebolar-se no chão espumando pela boca, outras a vomitar coisas estranhas com cores estranhas. Nunca tinha visto algo semelhante, pois não nos falam, nem é usual ver isto na Igreja. Hoje sei, que muitas dessas pessoas estavam possessas, outras oprimidas pelo demónio e outras estavam a ser curadas de mágoas e de feridas interiores profundas. E quando eu fui rezado pelo João também fiquei possesso. Através da Confissão e de outros retiros do João em que o Divino Espírito Santo está muito presente, fui-me libertando da possessão do demónio.

Noutros retiros do João fui depois curada da falta de perdão para com os meus pais e outras pessoas. Numa das vezes quando o João rezou por mim, impondo-me as suas mãos, senti o meu corpo a desfalecer e caí no chão como que desmaiada. De olhos ainda fechados, vi alguém que me abraçava com muito Amor, mas com tanto Amor que me fez chorar desalmadamente de emoção. Hoje entendo que o Senhor concedeu-me duas maravilhosas graças. Senti o Amor de Jesus por mim e Jesus mostrou-me como Ele me ama como ninguém. A outra graça foi a de uma cura profundíssima de mágoas e feridas no meu coração.

Desde aquele primeiro fim-de-semana inesquecível no Moledo, que faço todos os possíveis para nunca perder um retiro do João. E já lá vão cerca de 4 anos de caminhada com o João. Em cada retiro do João que participo, sempre o Senhor tem algo de maravilhoso para me oferecer- são graças, bênçãos e milagres extraordinários, que têm feito pouco a pouco, uma revolução na minha vida. Passo a referir alguns exemplos em seguida:

- Num dos retiros do João recebi tanta luz do Espírito Santo sobre os pecados da minha vida desde a juventude que enchi folhas e folhas do meu caderno, com listas de pecados. Os pecados cegam-nos, criam-nos sérios obstáculos em nos relacionarmos com Deus e com as pessoas à nossa volta e impedem-nos de receber as graças de Deus. Só com o Sacramento da Confissão o Senhor lava, limpa e purifica o nosso coração e abre caminho para que novas graças possam ser derramadas. Como o Senhor é bom! Ele não se contenta com pouco, Ele quer dar muito, muitíssimo, a cada um de nós!

- Noutro retiro, quando ele me impos as mãos e rezou por mim na Efusão, mais uma vez senti o meu corpo a desfalecer e caí como que desmaiada no chão, e comecei a sentir como que correntes elétricas por todo o meu corpo. Os meus braços e as minhas mãos ficaram dormentes e senti muito frio, como que estivesse numa arca congeladora. E permaneci assim no chão, a tremer de tanto frio. Com a ajuda do João consegui entender, que estes são sinais palpáveis que Jesus me quis dar para que eu soubesse que Ele estava a operar em mim grandes curas e assim, aumentasse a minha fé n'Ele. Que maravilhoso é o Senhor!

- Noutro retiro do João, depois de vários Pentecostes, quando ele se aproximou de mim e rezou impondo as suas mãos , caí novamente no chão e de olhos fechados, fiquei concentrado no que ouvia – pessoas que cantavam coisas estranhas sem nexo, como que se estivessem loucas, outras rugiam como animais, outras gritavam de dor, outras riam às gargalhadas como que alucinadas, outras falavam alto pregando a palavra de Deus, e tudo isto me fazia estremecer de medo e horror, pareciam as características do inferno. A dada altura senti estas palavras no meu coração: “É para aqui que vão todas as pessoas que não perdoam!”. Eu percebi que esta mensagem de Deus era também para mim, porque existem ainda muitas pessoas que eu ainda não perdoei do fundo do coração.

- Noutro retiro quando ele me impôs as mãos senti novamente o meu corpo a desfalecer e caí no chão no repouso no Espírito Santo. Senti durante todo o tempo que estive deitado, uma paz e um bem-estar tão grande que parecia estar a voar. Foi uma experiência sobrenatural incrível.

O Senhor não me curou apenas da depressão profunda em que eu vivia, Ele fez muito mais que isso, devolveu-me a alegria de viver, a vontade de ser feliz, devolveu-me a dignidade como pessoa, deu-me amor pela vida, pelas pessoas em meu redor e por mim próprio. Eu que não conseguia criar um diálogo, abraçar, criar intimidade com ninguém, hoje faço amizades com muita facilidade e tenho grupos de amigos por toda a parte por onde eu passo; Eu que não sabia mais sorrir nem tinha disposição para o bom humor, hoje fico feliz com muita facilidade e riu até das situações ruins que me acontecem; eu que transpirava e tremia sempre que tinha de falar em público, hoje falo com naturalidade com qualquer pessoa, em pequeno ou grande grupo. Eu que dormia sempre com luz de presença e sofria de claustrofobia/ e ataques de ansiedade, hoje consigo dormir sereno com o quarto completamente às escuras.

Quando tudo parecia ser o fim, onde tudo parecia estar perdido, sem solução, Deus veio dar-me um novo recomeço, uma oportunidade única de escrever uma nova história da minha vida.

Com os retiros do João descobri também muitos irmãos na fé e sacerdotes que me têm ajudado a crescer em santidade. Depois comecei a frequentar outros retiros carismáticos além dos do João e tenho uma vida com Missa diária, Confissão frequente, Adoração ao Santíssimo sempre que possível, e oração diária.

E é lindo demais ver igualmente o poder de Deus na vida das outras pessoas nos retiros do João e de outros da qual eu tenho vindo a participar. Eu própria testemunhei: pessoas que são curadas dos olhos, dos ouvidos, de reumatismos, de tendinites, de cancros, etc.; pessoas que têm curas interiores profundíssimas que passam a conseguir perdoar a familiares que durante anos viviam de costas viradas; pessoas que conseguem ver a sua vida como que num filme e vão-se confessar e mudam radicalmente de vida, voltando-se verdadeiramente para Deus; homossexuais e lésbicas são libertos e formam família tradicional; pessoas que sentem o Espírito Santo a pairar sobre todo o grupo do retiro em forma de pomba, etc., etc., etc.. Não há palavras Senhor para Te agradecer tantas manifestações do Teu Amor por nós! Louvado sejas!

Dou graças ao Senhor pela Clara que o Senhor colocou no meu caminho naquele dia na Igreja da minha paróquia e pelo João e a sua equipa, de que a Clara faz parte, por darem a sua vida e tempo a esta causa tão nobre - a libertação de tantas almas que estão sob o jugo do demónio e a sua verdadeira conversão a Deus.

Obrigado Jesus, por estares Vivo, por me amares tanto, por nunca te teres esquecido de mim, por teres compaixão de mim, do estado miserável em que vivia, por teres escutado as minhas lágrimas e súplicas da nossa e vossa Mãe do Céu. Quero agradecer-Te para sempre. Glória a Ti Senhor! Bendito Sejas! A Ti toda a honra, toda a glória e todo o louvor!

Querido leitor e amigo, não fique indiferente ao ler este testemunho!

Só existe felicidade verdadeira junto de Deus!

Sem Ele tudo acaba em destruição, sofrimento e desgraça! Não existem casos impossíveis para Jesus! Não existe nenhum mal que Ele não consiga vencer! Ele é maior que todo o mal! Quando tudo parecer perdido, Deus pode dar-lhe um novo recomeço! Ele abre novos caminhos! Nunca perca a esperança! O nosso Deus é um Deus maravilhoso! Ele quer salvar a todos! Volte-se para Ele! Clame por Ele! Reze o terço!! Com ele vencemos as batalhas mais terríveis! Confiança e Esperança sempre! Desejo as maiores graças e bênçãos do céu, a si, que lê o testemunho do que Jesus fez e continua a fazer na minha vida através de Maria Imaculada.

João Silva Dias é professor universitário e evangelizador carismático católico. Em Abril de 2002 teve um encontro sobrenatural com o Espírito Santo. O Senhor chamou-o para pregar o evangelho e levar o Fogo do Espírito Santo aos locais recônditos. Pregou até hoje mais de uma centena de encontros carismáticos, de cura e libertação, de norte a sul de Portugal, nos Açores e em quatro continentes. É autor de três livros: "Efusão e Repouso no Espírito Santo", "Mãos que Curam vs. técnicas demoníacas de cura pelas mãos" e "Perdoa para seres curado e libertado". Colaborou em 3 CDs de cânticos espirituais.


































sábado, 24 de março de 2018

A REDENÇÃO VEIO POR MEIO DE JESUS CRISTO


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A REDENÇÃO VEIO POR MEIO DE JESUS CRISTO

A Redenção consiste nos actos com os quais Cristo cheio de amor, Se oferece e morre por nós, a fim de satisfazer a dívida devida à justiça divina, merecer-nos de novo a graça e o direito ao Céu, e libertar-nos da escravidão do pecado e do Demónio.

Esta definição inclui a natureza da Redenção e os seus efeitos:
1º A natureza está compreendida nas palavras; morreu por nós e ofereceu-Se em nosso lugar.
2º Os efeitos são os seguintes: para dar satisfação, merecer e libertar-nos do pecado e do Demónio.

Mediante estes três efeitos – satisfação, mérito e resgate – Jesus Cristo destruiu os efeitos que o pecado produzira na nossa alma e conseguiu o fim que Se propunha com a Redenção.

NECESSIDADE DA REDENÇÃO

Três caminhos podia Deus ter seguido a respeito do homem, depois do pecado de Adão: a) deixá-lo abandonado à sua desgraça; b) perdoar-lhe sem mais, ou seja, sem satisfação adequada; c) exigir-lhe satisfação plena, de acordo com a ofensa.

Este último caminho pareceu a Deus ser mais digno da sua Justiça, Sabedoria e Misericórdia. Assim, determinou que o Verbo encarnasse e morresse para reparar a ofensa e as restantes consequências do pecado.


A Redenção é, para o homem, um mistério, porque não podemos compreender como é possível que Deus morra por nós. Conhecemo-la, no entanto, por todo o Evangelho, e por isso devemos crer nela com fé firme e viver agradecidos a Deus, por tão excelente benefício.


POR MEIO DE JESUS CRISTO

Cristo ofereceu-se em nosso lugar ao Eterno Pai, em satisfação dos nossos pecados. Com efeito:
1º A reparação de uma ofensa não se cumpre apenas com a cessação da ofensa: requer uma satisfação.
2ºEsta satisfação deve ser procurada pelo próprio culpado.
3º Os culpados éramos nós, os homens; mas, por não sermos capazes, nem dignos de adequada satisfação, foi preciso que Cristo Se colocasse em nosso lugar. (Cfr. Pablo Arce e Ricardo Sada, Curso de Teologia Dogmática, Ed. Rei dos Livros, pp.157-158)

O dom que ofereço à Igreja



91. O dom que ofereço à Igreja

«Passa as últimas horas deste ano, em oração, sobre o meu Coração Imaculado.
Encerra-se um ano que foi de graça e de misericórdia: este Ano Santo de 1975. Muitos dos meus filhos acolheram o convite do Vigário de Cristo e vieram de toda a parte do mundo para receber o grande perdão. Outros meus filhos passaram este ano na mais completa indiferença, mergulhados apenas nos seus interesses terrenos. Muitíssimos outros não fizeram caso deste convite, antes pelo contrário, fecharam conscientemente a sua alma à grande Misericórdia do meu Filho Jesus. Entre estes, ouve, infelizmente, muitos sacerdotes. Isto é sinal da verdade que já fiz ouvir várias vezes ao teu coração.
Satanás está a tramar cada vez mais abertamente na minha Igreja. Associou a si muitos dos meus filhos sacerdotes, iludindo-os com o falso ideal que o marxismo propõe a todos: o interesse exclusivo pelos pobres, um cristianismo empenhado só na construção duma sociedade humana mais justa; uma Igreja que se pretende mais evangélica e por isso subtraída à sua instituição hierárquica.
Esta verdadeira divisão na minha Igreja, esta verdadeira apostasia da parte de tantos dos meus filhos sacerdotes, acentuar-se-á e chegará ao ponto de se tornar uma rebelião violenta e declarada.
É por isso, meu filho amadíssimo, que este ano eu já completei a minha Obra. Tal como eu tinha predito há um ano atrás, o meu Movimento difundiu-se por toda a parte e floresceu numa maravilhosa primavera em toda a Igreja. A minha Obra espalhou-se por todo o mundo; o exército dos meus sacerdotes já está pronto.
Continuarei ainda esta minha acção de Mãe, que se tornará cada vez mais evidente e forte, para o triunfo do meu Coração Imaculado no mundo.
Passa, por isso, as últimas horas deste ano em oração. Une a tua oração à de todos os meus filhos predilectos. Em toda a parte do mundo sentirão, nestas horas, o meu convite para se reunirem comigo em oração, para se estreitarem todos ao meu Coração Imaculado.
Só vos espera, agora, meus filhos amadíssimos, o vosso extremo sacrifício para a salvação do mundo e purificação da terra.
O tempo que o Pai ainda dispõe para vós é demasiado precioso; não o desperdiceis. Vivei cada momento comigo, sobre o meu Coração Imaculado.
Não olheis para o futuro; vivei só o presente que a Mãe vos prepara.
Não vos perturbe, nem vos desanime o mal que cada vez mais aumenta e submerge todas as coisas. Em breve, Eu mesma hei-de recolher todo o bem que se encontra em toda a parte do mundo e depositá-lo-ei no meu Coração para o oferecer à Justiça de Deus.
Começai comigo o novo ano, meus filhos predilectos.
Vós sois o meu plano; o desígnio de amor deste meu Coração de Mãe; o dom que Eu dou à Igreja, para que seja consolada na paixão e na morte que a espera antes da sua maravilhosa renovação, que acontecerá com o triunfo de meu Coração Imaculado no mundo». (31 de Dezembro de 1975) .


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terça-feira, 13 de março de 2018

O caminho da penitência


1º Sábado do mês e da Quaresma

O CAMINHO DA PENITÊNCIA.

“Filhos prediletos, segui-Me pelo caminho da penitência.

As armas com que deveis combater a minha batalha são a oração e a penitência. Hoje quero indicar-vos o caminho da penitência, que deve ser percorrido por cada um de vós.
A primeira etapa é a da renúncia e da renegação de si mesmo.
É preciso renunciar-se a si mesmo, a todos os apegos desordenados e às paixões, aos desejos desmedidos, às ambições.
Mesmo no vosso trabalho apostólico, nunca procureis o sucesso, nem a aprovação humana, mas amai o escondimento, o apostolado feito no silêncio, na humildade, no cotidiano e fiel cumprimento do vosso dever.
É deste modo que se pode mortificar o egoísmo, que é para vós o maior perigo, a insídia mais fácil e habitual com que o meu adversário tenta impedir o vosso caminho.
Então, tornar-vos-eis interiormente livres e será fácil para vós ver, com clareza, a Vontade de Deus e vos encontrareis na posição mais apta para cumpri-la com perfeição.
A segunda etapa é a de levar bem a própria cruz. Esta cruz é constituída pelas dificuldades que se encontram, quando se quer cumprir só a Vontade de Deus porque isto exige o empenho de uma fidelidade cotidiana aos deveres do próprio estado, a fidelidade em fazer com perfeição até mesmo as coisas mais pequenas; em cumprir cada coisa com amor; em viver cada momento do dia no cumprimento da Vontade divina.
Como é preciosa esta segunda etapa do sofrimento, sobretudo para vós, meus filhos prediletos!
Nela sois configurados a Jesus crucificado e esta crucifixão interior realiza-se todos os dias, em cada momento do vosso dia sacerdotal: no momento da oração, tão necessária, e que deve ser o centro de vossa vida; no momento tão precioso da celebração da Santa Missa, onde, juntamente com Jesus, também vós sois imolados interiormente pela vida do mundo; na fidelidade aos deveres sacerdotais próprios do ministério de cada um; na evangelização, na catequese, no ensino, no apostolado da caridade; no encontro com cada pessoa, especialmente com quem é mais pobre, com quem está mais só e marginalizado, com quem se sente repelido e rejeitado por todos.
No vosso apostolado sacerdotal, nunca procureis comprazer-vos em vós próprios, nem obter qualquer proveito pessoal: dai-vos sempre a todos com inexaurível força de amor; não vos detenha a ingratidão nem a incompreensão; não vos atrase a indiferença, nem vos canse a falta de cor- respondência. É sobretudo pelo vosso sofrimento sacerdotal que as almas podem ser por vós geradas para a vida de graça e para a salvação.
A terceira etapa é seguir o meu Filho Jesus rumo ao Calvário.
Durante a sua vida, quantas vezes O encontrava, com o desejo e com o olhar voltados para Jerusalém, onde haveria de subir para ser traído, capturado, julgado pelos seus, condenado, flagelado, coroado de espinhos e crucificado. Como desejava Jesus este momento! Caminhava sempre para a consumação da sua Páscoa de amor e de imolação por vós.
Então, também vós, meus prediletos, que sois os seus Sacerdotes, sois chamados a segui-Lo, cada dia, para a consumação da vossa imolação pascal pela salvação de todos.
Nunca desanimeis. Hoje, as vozes de condenação são para vós os gritos de quem vos rejeita e vos contesta.
Os pecados cometidos, justificados e não mais reparados são para vós os dolorosos flagelos.
O erro que ameaça afastar da fé muitíssimas almas é para vós a coroa de espinhos.
O permanecer, hoje, fiel à vocação é percorrer o árduo caminho do Calvário.
Os obstáculos que hoje encontrais em permanecer unidos e obedientes em tudo ao Papa e à Hierarquia a Ele unida, as incompreensões, até mesmo da parte dos vossos confrades, o sentimento de marginalização de que frequentemente estais rodeados, são para vós as dolorosas quedas.
Mas o entregar-se ao meu Coração Imaculado, por meio da vossa consagração é para vós, hoje, o encontro com a vossa Mãe tão dolorosa. Juntos prossigamos, a partir de agora, na perfeita imitação de Jesus, que vos convida a segui-Lo no caminho da Cruz.
Alguns de vós deverão derramar até o próprio sangue, no momento conclusivo desta sangrenta purificação.
Filhos prediletos, eis então indicado o caminho que deveis percorrer para chegardes a uma verdadeira experiência de conversão. É o caminho simples e evangélico que vos foi traçado pelo meu Filho Jesus, quando vos disse: “Quem quiser Me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia e siga-Me”.
É por este caminho, evangélico e sacerdotal que a vossa Mãe Celeste vos quer conduzir”.

Mensagem do Livro: “Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora” de 5 de março de 1983, nº261.



Bispos Afirmam Verdades Imutáveis Acerca do Matrimónio


Bispos do Cazaquistão publicam “profissão das verdades imutáveis em relação ao matrimónio sacramental”

2 de Janeiro de 2018 # PROFISSÃO DAS VERDADES IMUTÁVEIS, Apelo dos bispos do Cazaquistão, Apelos e petições ao Papa # AMORIS LAETITIA, comunhão divorciados 'recasados', D. Athanasius Schneider, D. Jan Pawel Lenga, D. Tomash Peta, Sagrada Comunhão

Praticamente um ano depois de terem lançado um apelo universal à oração para que o Santo Padre confirme a imutável prática da Igreja relativa à verdade sobre a indissolubilidade do matrimónio, os bispos do Cazaquistão publicam agora uma “profissão das verdades imutáveis em relação ao matrimónio sacramental”. Em causa está, ainda, toda a confusão resultante da publicação da controversa exortação apostólica Amoris Laetitia. Os bispos signatários consideram que a leitura que o Papa Francisco faz da sua exortação “amoris laetitia” é “alheia à inteira Tradição da fé católica e apostólica”.

Profissão das verdades imutáveis em relação ao matrimónio sacramental 

Depois da publicação da Exortação Apostólica “Amoris laetitia” (2016), vários bispos emanaram, a nível local, regional e nacional, normas aplicativas acerca da disciplina sacramental daqueles fiéis, ditos “divorciados recasados”, que, vivendo ainda ligados ao cônjuge ao qual estão unidos por um vínculo matrimonial válido, iniciaram no entanto uma convivência more uxorio estável com uma pessoa que não é o seu cônjuge legítimo. 

As normas mencionadas contemplam, entre outras coisas, que, em casos individuais, as pessoas ditas “divorciadas recasadas” possam receber o sacramento da Penitência e a Sagrada Comunhão, mesmo continuando a viver habitual e intencionalmente more uxorio com uma pessoa que não é o seu cônjuge legítimo. Tais normas pastorais receberam a aprovação de várias autoridades hierárquicas. Algumas destas normas receberam, até, a aprovação da suprema autoridade da Igreja. 

A difusão de tais normas pastorais aprovadas eclesiasticamente causou uma notável e sempre crescente confusão entre os fiéis e o clero, uma confusão que toca as manifestações centrais da vida da Igreja, como o matrimónio sacramental, a família, a igreja doméstica e o sacramento da Santíssima Eucaristia. 

Segundo a doutrina da Igreja, apenas através do vínculo matrimonial sacramental se constitui uma igreja doméstica (cfr. Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 11). A admissão dos fiéis chamados “divorciados recasados” à Sagrada Comunhão, a qual é a expressão máxima da unidade de Cristo-Esposo com a Sua Igreja, significa, na prática, um modo de aprovação ou de legitimação do divórcio e, neste sentido, uma espécie de introdução do divórcio na vida da Igreja. 

As mencionadas normas pastorais revelam-se de facto, e com o tempo, como um meio de difusão da “chaga do divórcio”, uma expressão usada no Concílio Vaticano II (cfr. Gaudium et Spes, 47). Trata-se da difusão da “chaga do divórcio” até mesmo na vida da Igreja, quando na verdade a Igreja deveria ser a causa da fidelidade incondicional à doutrina de Cristo, um baluarte e um sinal inconfundível de contradição contra a chaga cada dia mais difundida do divórcio na sociedade civil.

De modo inequívoco, e sem admitir qualquer excepção, o Nosso Senhor e Redentor Jesus Cristo reconfirmou solenemente a vontade de Deus em relação à proibição absoluta do divórcio. Uma aprovação ou legitimação da violação do vínculo sacramental matrimonial, ainda que através da referida nova disciplina sacramental, contradiz de modo grave a expressa vontade de Deus e o Seu mandamento. Tal prática representa, assim, uma alteração substancial da bimilenária disciplina sacramental da Igreja. Para além disto, uma disciplina substancialmente alterada comportará, com o tempo, também uma correspondente alteração na doutrina. 

O Magistério constante da Igreja, começando com os ensinamentos dos Apóstolos e de todos os Sumos Pontífices, conservou e transmitiu fielmente, quer na doutrina (na teoria) quer na disciplina sacramental (na prática), de modo inequívoco, sem qualquer sombra de dúvida e sempre no mesmo sentido e no mesmo significado (eodem sensu eademque sententia), o cristalino ensinamento de Cristo acerca da indissolubilidade do matrimónio. 

Por causa da sua natureza divinamente estabelecida, a disciplina dos sacramentos não deve jamais contradizer a palavra revelada por Deus e a fé da Igreja na indissolubilidade absoluta do matrimónio rato e consumado. “Os sacramentos não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razão pela qual se chamam sacramentos da fé” (Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 59). “Nem mesmo a autoridade suprema da Igreja pode mudar a liturgia a seu bel-prazer, mas somente na obediência da fé e no respeito religioso do mistério da liturgia” (Catecismo da Igreja Católica, 1125). A fé católica, pela sua natureza, exclui uma contradição formal entre a fé professada, por um lado, e a vida e a prática dos sacramentos, pelo outro. Neste sentido também se pode entender as afirmações do Magistério: “Este divórcio entre a fé que professam e o comportamento quotidiano de muitos deve ser contado entre os mais graves erros do nosso tempo” (Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, 43) e “a pedagogia concreta da Igreja deve estar sempre ligada e nunca separada da sua doutrina” (João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 33). 

Em virtude da importância vital que constituem a doutrina e a disciplina do matrimónio e da Eucaristia, a Igreja é obrigada a falar com a mesma voz. As normas pastorais em relação à indissolubilidade do matrimónio não devem, portanto, contradizer-se entre uma diocese e outra, entre um país e outro. Desde o tempo dos Apóstolos, a Igreja observou este princípio, como o atesta Santo Ireneu de Lião: “A Igreja, ainda que difundida por todo o mundo até às extremidades da terra, tendo recebido dos Apóstolos e dos seus discípulos a fé, conserva esta pregação e esta fé com zelo e, come se habitasse numa única casa, crê num mesmo modo idêntico, come se tivesse uma única alma e um único coração, e prega as verdades de fé, ensina-as e transmite-as com voz unânime, como se tivesse uma só boca” (Adversus haereses, I, 10, 2). São Tomás de Aquino transmite-nos o mesmo princípio perene da vida da Igreja: “Existe uma só fé dos antigos e dos modernos, caso contrário não existiria a única e mesma Igreja” (Questiones Disputatae de Veritate, q. 14, a. 12c). 

Permanece actual e válida a seguinte admoestação: “a confusão criada na consciência de muitos fiéis pelas divergências de opiniões e de ensinamentos na teologia, na pregação, na catequese e na direcção espiritual, acerca de questões graves e delicadas da moral cristã, acaba por fazer diminuir, quase até à sua extinção, o verdadeiro sentido do pecado” (Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitenia, 18). 

À doutrina e disciplina sacramental relativas à indissolubilidade do matrimónio rato e consumado é plenamente aplicável o sentido das seguintes afirmações do Magistério da Igreja: 

  • “A Igreja de Cristo, diligente custódia e defensora dos dogmas a ela confiados, jamais os mudou em nada, nem diminuiu, nem acrescentou, antes, tratando, fiel e sabiamente, com todos seus recursos as verdades que a antiguidade tem esboçado e a fé dos Padres tem semeado, de tal maneira trabalha por arquivá-las e poli-las, para que os antigos dogmas da celestial doutrina recebam claridade, luz, precisão, sem que se percam, sem restrição, sua plenitude, sua integridade, sua índole própria e se desenvolvam tão só segundo sua natureza; e dizer o mesmo dogma, no mesmo sentido e parecer”(Pio IX, Bula dogmática Ineffabilis Deus). 
  • “Quanto à própria substância da verdade, a Igreja tem, diante de Deus e dos homens, o sacro dever de anunciá-la, de ensiná-la sem qualquer atenuação, como Cristo a revelou, e não existe qualquer condição de tempos que possa fazer declinar o rigor desta obrigação. Esta obriga em consciência todos os sacerdotes a quem é confiada a assistência de formar, advertir e de guiar os fiéis” (Pio XII, Discurso aos párocos e aos pregadores quaresmalistas, 23 Março 1949). 
  • “A Igreja nem historiciza nem relativiza em metamorfoses da cultura profana a natureza da Igreja, sempre igual e fiel a si mesma, como Cristo a quis e a autêntica tradição a aperfeiçoou”(Paulo VI, Homilia de 28 Outubro 1965). 
  • “Não minimizar em nada a doutrina salutar de Cristo é forma de caridade eminente para com as almas”(Paulo VI, Encíclica Humanae Vitae, 29). 
  • “As eventuais dificuldades conjugais sejam resolvidas sem nunca falsificar e comprometer a verdade”(João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 33). 
  • “De tal norma [da lei moral] a Igreja não é, certamente, nem a autora nem o juiz. Em obediência à verdade que é Cristo, cuja imagem se reflecte na natureza e na dignidade da pessoa humana, a Igreja interpreta a norma moral e propõe-na a todos os homens de boa vontade, sem esconder as suas exigências de radicalidade e de perfeição”(João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 33). 
  • “O outro é o princípio da verdade e da coerência, pelo qual a Igreja não aceita chamar bem ao mal e mal ao bem. Baseando-se nestes dois princípios complementares, a Igreja mais não pode do que convidar os seus filhos, que se encontram nessas situações dolorosas, a aproximarem-se da misericórdia divina por outras vias, mas não pela via dos Sacramentos, especialmente da Penitência e da Eucaristia, até que não tenham podido alcançar as condições requeridas”(João Paulo II, Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitentia, 34). 
  • “A firmeza da Igreja em defender as normas morais universais e imutáveis, nada tem de humilhante. Fá-lo apenas ao serviço da verdadeira liberdade do homem: dado que não há liberdade fora ou contra a verdade”(João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, 96). 
  • “Diante das normas morais que proíbem o mal intrínseco, não existem privilégios, nem excepções para ninguém. Ser o dono do mundo ou o último «miserável» sobre a face da terra, não faz diferença alguma: perante as exigências morais, todos somos absolutamente iguais” (João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, 96). 
  • “O dever de reafirmar esta impossibilidade de admitir à Eucaristia é condição de verdadeira pastoralidade, de autêntica preocupação pelo bem destes fiéis e de toda a Igreja, porque indica as condições necessárias para a plenitude da conversão à qual todos estão sempre convidados pelo Senhor” (Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, Declaração acerca da admissão à Sagrada Comunhão dos divorciados recasados, de 24 Junho de 2000, n. 5) 

Como bispos católicos, os quais – segundo o ensinamento do Concílio Vaticano II – devem defender a unidade da fé e a disciplina comum da Igreja e procurar que surja para todos os homens a luz da plena verdade (cfr Lumen gentium, 23), somos forçados em consciência a professar, diante da actual e difusa confusão, a imutabilidade do matrimónio segundo o ensinamento bimilenário e inalterado do Magistério da Igreja. Neste espírito, reiteramos: 

  • As relações sexuais entre pessoas que não estão ligadas entre elas pelo vínculo de um matrimónio válido – coisa que se verifica no caso dos chamados “divorciados recasados” – são sempre contrárias à vontade de Deus e constituem uma grave ofensa a Deus. 
  • Nenhuma circunstância ou finalidade, nem mesmo uma possível inimputabilidade ou culpa diminuída, podem tornar tais relações sexuais uma realidade moral positiva e agradável a Deus. O mesmo vale para os outros preceitos negativos dos Dez Mandamentos de Deus. Porque “há determinados actos que, por si mesmos e em si mesmos, independentemente das circunstâncias, são sempre gravemente ilícitos, por motivo do seu objecto” (João Paulo II, Exortação Apostólica Reconciliatio et paenitentia, 17). 
  • A Igreja não possui o carisma infalível de julgar sobre o estado interno de graça de um fiel (cfr. Concílio de Trento, sess. 24, cap. 1). A não admissão à Sagrada Comunhão dos ditos “divorciados recasados” não significa, portanto, um juízo sobre os seus estados de graça diante de Deus, mas um juízo sobre o carácter visível, público e objectivo das suas situações. Por causa da natureza visível dos sacramentos e da própria Igreja, a recepção dos sacramentos depende necessariamente da correspondente situação visível e objectiva dos fiéis. 
  • Não é moralmente lícito manter relações sexuais com uma pessoa que não é o próprio cônjuge legítimo para supostamente evitar um outro pecado. Porque a palavra de Deus ensina-nos que não é lícito “fazer o mal para que venha o bem” (Rm 3, 8). 
  • A admissão de tais pessoas à Sagrada Comunhão só pode ser permitida quando, com a ajuda da graça de Deus e um acompanhamento pastoral paciente e individual, elas fazem um propósito sincero de cessar desse momento em diante o hábito de tais relações sexuais e de evitar o escândalo. Nisto se expressou sempre, na Igreja, o verdadeiro discernimento e o autêntico acompanhamento pastoral. 
  • As pessoas que têm relações sexuais não conjugais habituais violam, com tal estilo de vida, os seus indissolúveis vínculos nupciais sacramentais em relação aos seus legítimos cônjuges. Por esta razão, não são capazes de participar “em espírito e em verdade” (cfr. Jo 4, 23) na ceia nupcial eucarística de Cristo, tendo em conta também as palavras do rito da Sagrada Comunhão: “Felizes os convidados para ceia nupcial do Cordeiro!” (Ap 19, 9). 
  • O cumprimento da vontade de Deus, revelada nos Seus Dez Mandamentos e na Sua explícita e absoluta proibição do divórcio, constitui o verdadeiro bem espiritual das pessoas, aqui na terra, e conduzi-las-á à verdadeira alegria do amor, na salvação da vida eterna. 
Sendo os bispos, no seu ofício pastoral aqueles “que velam pela fé católica e apostólica” (cfr. Missale Romanum, Canon Romanus), somos conscientes desta grave responsabilidade e do nosso dever diante dos fiéis, que esperam de nós uma profissão pública e inequívoca da verdade e da disciplina imutável da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio. Por esta razão, não nos é possível calar. 

Afirmamos, portanto, no espírito de São João Baptista, de São João Fisher, de São Tomás More, da Beata Laura Vicuña e de numerosos conhecidos e desconhecidos confessores e mártires da indissolubilidade do matrimónio.

Não é lícito (non licet) justificar, aprovar ou legitimar, nem directa nem indirectamente, o divórcio ou uma relação sexual estável não conjugal através da disciplina sacramental da admissão dos chamados “divorciados recasados” à Sagrada Comunhão, tratando-se neste caso de uma disciplina alheia à inteira Tradição da fé católica e apostólica. 

Fazendo esta pública profissão diante da nossa consciência e diante de Deus que nos julgará, estamos sinceramente convictos de ter prestado um serviço, da caridade na verdade, à Igreja dos nossos dias e ao Sumo Pontífice, Sucessor de São Pedro e Vigário de Cristo na terra.

31 de Dezembro de 2017, Festa da Sagrada Família, no ano do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima. 

† Tomash Peta, Arcebispo Metropolita da arquidiocese de Santa Maria em Astana 
† Jan Pawel Lenga, Arcebispo-Bispo emérito de Karaganda 
† Athanasius Schneider, Bispo auxiliar da arquidiocese de Santa Maria em Astana

segunda-feira, 12 de março de 2018

O Começo do Movimento

A 8 de maio de 1972, o Pe. Stefano Gobbi participa numa peregrinação a Fátima e na Capelinha das Aparições põe-se a rezar por alguns Sacerdotes, que para além de traírem a própria vocação, tentam formar associações rebeldes à autoridade da Igreja.

Interiormente, uma força impele-o a ter confiança no amor de Maria. Servindo-se dele, como de um humilde e pobre instrumento, Nossa Senhora acolherá todos os Sacerdotes que aceitarem o convite para se consagrarem ao seu Coração Imaculado, para permanecerem fortemente ligados ao Papa e à Igreja a ele unida e conduzirem os fiéis ao seguro refúgio de seu Coração Materno. 

Formar-se-ia, assim, um poderoso exército, difundido por todas as partes do mundo e reunido, não com meios humanos de propaganda, mas com a força sobrenatural que brota do silêncio, da oração, do sofrimento e da fidelidade constante aos próprios deveres. 

O Pe. Gobbi pediu, interiormente, a Nossa Senhora, um pequeno sinal de confirmação e Ela, antes do fim daquele mesmo mês, pontualmente deu-lho em Nazaré, no Santuário da Anunciação. 

Origina-se, então, o Movimento Sacerdotal Mariano desta simples e interior inspiração. 

Mas, como se concretizaria isto? 

Em outubro do mesmo ano, tentou-se um tímido encaminhamento, com um encontro de oração e amizade entre três Sacerdotes na paróquia de Gera Lario (diocese de Como): deu-se notícia deste Movimento em alguns jornais e revistas católicas. 

Em março de 1973 eram cerca de quarenta os sacerdotes inscritos. A partir de julho de 1973 Nossa Senhora passa a transmitir-lhe mensagens por locução interior. Em setembro do mesmo ano, dos oitenta padres já inscritos, 25 participaram no primeiro encontro nacional em São Vitorino, próximo de Roma. Em 1974 iniciaram-se os primeiros Cenáculos de oração e fraternidade entre os Sacerdotes e fiéis; progressivamente, difundiram-se na Europa e em todas as partes do mundo. 

Até ao final de 1990, o Pe. Stefano Gobbi visitou várias vezes os cinco continentes, para presidir aos Cenáculos regionais, completando 600 voos de avião além de numerosas viagens de carro e comboio. E fez 1.446 Cenáculos, dos quais 693 na Europa, 485 na América, 97 na África, 91 na Ásia e 80 na Oceânia. 

Isto constitui uma prova da admirável difusão do Movimento por todo mundo, durante estes anos.