«As novas regras
do motu proprio rebaixam a forma milenar da lex orandi da Igreja romana»,
considera D. Athanasius Schneider
Julho 26, 2021
O portal Dies
Iræ traduziu e disponibiliza, em língua portuguesa, a esclarecedora entrevista que D. Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da
Arquidiocese de Maria Santíssima em Astana, no Cazaquistão, concedeu à
jornalista Diane Montagna por ocasião da publicação do Motu Proprio Traditionis Custodes,
do Papa Francisco, que visa limitar duramente as celebrações da Santa Missa
tradicional.
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Excelência, a nova carta apostólica do Papa Francisco, sob forma de motu
proprio, de 16 de Julho de 2021, chama-se Traditionis Custodes (Guardiões
da Tradição). Qual foi a sua primeira impressão sobre a escolha deste
título?
A minha
primeira impressão foi de um pastor que, em vez de sentir o odor das suas
ovelhas, as espanca raivosamente com um
bastão.
Quais são as suas impressões gerais sobre o motu proprio e a carta de
acompanhamento do Papa Francisco aos bispos do mundo, em que explica a sua
lógica para limitar a Missa tradicional em latim?
Na sua exortação apostólica programática, Evangelii Gaudium,
Francisco propugna «certas atitudes que ajudam a acolher melhor o anúncio:
proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não
condena» (n. 165). Porém, ao ler o novo motu proprio e a carta que o
acompanha, fica-se com a impressão oposta, ou seja, que o documento, no seu
todo, mostra uma intolerância pastoral e também uma rigidez espiritual. O motu
proprio e a carta que o acompanha comunicam um espírito julgador e pouco
acolhedor. No documento sobre a Fraternidade Humana (assinado,
em Abu Dhabi, a 4 de Fevereiro de 2019), o Papa Francisco abraça a «diversidade
da religião», enquanto no seu novo motu proprio rejeita decididamente a
diversidade das formas litúrgicas no rito romano.
Que flagrante contraste de atitude apresenta este motu proprio em comparação com
o princípio orientador do pontificado do Papa Francisco, quer dizer, a inclusão
e o amor preferencial pelas minorias e periferias na vida da Igreja! E que
posição surpreendentemente restrita se descobre nele em contraste com as
próprias palavras do Papa Francisco: «Não podemos dar-nos ao luxo de ser
ingénuos; sabemos que nos vem, de vários lados, a tentação de viver nesta
lógica do privilégio que, ao separar, nos separa; ao excluir, nos exclui; ao
confinar os sonhos e a vida de muitos dos nossos irmãos, nos confina»
(Homilia, Vésperas, 31 de Dezembro de 2016). As novas regras do motu proprio
rebaixam a forma milenar da lex orandi da Igreja romana e, ao
mesmo tempo, fecham os «sonhos e a vida» de muitas famílias católicas e,
especialmente, de jovens e jovens sacerdotes, cuja vida espiritual e cujo amor
por Cristo e pela Igreja cresceram e muito beneficiaram da forma tradicional da
Santa Missa.
O motu proprio estabelece um princípio de rara exclusividade litúrgica,
afirmando que os novos livros litúrgicos promulgados são a única expressão
da lex orandi do rito romano (art. 1). Que contraste mesmo
nesta posição com outras palavras do Papa Francisco: «É verdade! O Espírito
Santo suscita os diversos carismas na Igreja; à primeira vista, isto parece
criar desordem, mas na realidade, sob a sua guia, constitui uma imensa riqueza,
porque o Espírito Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade»
(Homilia na Catedral Católica do Espírito Santo, Istambul, sábado, 29 de
Novembro de 2014).
Quais são suas maiores preocupações sobre o novo
documento?
Como bispo, uma das minhas principais preocupações é que, em vez de favorecer
uma maior unidade através da coexistência de diferentes formas litúrgicas
autênticas, o motu proprio crie na Igreja uma sociedade de duas classes, por
outras palavras, católicos de primeira classe e católicos de segunda classe. Os
privilegiados de primeira classe são aqueles que aderem à liturgia reformada,
isto é, o novus ordo, e os católicos de segunda classe, que agora
serão tolerados a custo, compreendem um grande número de famílias católicas,
crianças, jovens e sacerdotes que, nas últimas décadas, cresceram na liturgia
tradicional e experimentaram, com grande benefício espiritual, a realidade e o
mistério da Igreja graças a esta forma litúrgica, que as gerações anteriores
consideravam sagrada e que formou tantos santos e católicos excepcionais ao
longo da história.
O motu proprio e a carta que o acompanha cometem uma injustiça contra todos os
católicos que aderem à forma litúrgica tradicional, acusando-os de dividir e
rejeitar o Concílio Vaticano II. Na verdade, uma parte considerável desses
católicos mantém-se afastada das discussões doutrinais a respeito do Vaticano
II, do novo Ordinário da Missa (Novus Ordo Missæ) e de outros problemas
relativos à política eclesiástica. Eles apenas querem adorar a Deus na forma
litúrgica através da qual Deus tocou e transformou os seus corações e as suas
vidas. O argumento invocado no motu proprio e na carta que o acompanha, isto é,
que a forma litúrgica tradicional cria divisão e ameaça a unidade da Igreja, é
negado pelos factos. Além disso, o tom depreciativo assumido nesses documentos
em relação à forma litúrgica tradicional levaria qualquer observador imparcial
a concluir que tais argumentos são apenas um pretexto e um estratagema, e que
aqui algo mais está em
jogo.
Quão convincente lhe parece a comparação do Papa Francisco (na carta de
acompanhamento aos bispos) entre as suas novas disposições e as adoptadas, em
1570, por São Pio V?
O tempo do Concílio Vaticano II e da chamada Igreja “conciliar” foi
caracterizado por uma abertura à diversidade e inclusividade das
espiritualidades locais e das expressões litúrgicas, juntamente com a rejeição
do princípio da uniformidade na práxis litúrgica da Igreja. Ao longo da
história, a verdadeira atitude pastoral tem sido de tolerância e respeito para
com uma multiplicidade de formas litúrgicas, desde que expressem a integridade
da fé católica, a dignidade e a sacralidade das formas rituais e dêem
verdadeiros frutos espirituais na vida dos fiéis. No passado, a Igreja romana
reconheceu a diversidade de expressões na sua lex orandi. Na
constituição apostólica que promulga a liturgia tridentina, Quo primum (1570),
o Papa Pio V, ao aprovar todas aquelas expressões litúrgicas da Igreja romana
que tinham mais de duzentos anos, reconheceu-as como expressão igualmente digna
e legítima da lex orandi da Igreja romana. Nesta bula, o Papa
Pio V afirma que não revoga, de modo algum, outras legítimas expressões
litúrgicas dentro da Igreja romana. A forma litúrgica da Igreja romana, válida
até à reforma de Paulo VI, não surgiu com Pio V, mas permaneceu
substancialmente inalterada mesmo séculos antes do Concílio de Trento. A
primeira edição impressa do Missale Romanum data de 1470, ou
seja, cem anos antes do missal publicado por Pio V. O ordinário da Missa de
ambos os missais é quase idêntico; a diferença está mais nos elementos
secundários, como o calendário, o número de prefácios e as normas rubricais
mais precisas.
O novo motu proprio do Papa Francisco suscita profunda preocupação na medida em
que manifesta uma atitude de discriminação em relação a uma forma litúrgica da
Igreja Católica quase milenar. A Igreja nunca rejeitou o que, ao longo de
muitos séculos, expressou sacralidade, rigor doutrinal e riqueza espiritual, e
foi elogiado por tantos papas, grandes teólogos (por exemplo, São Tomás de
Aquino) e numerosos santos. Os povos da Europa Ocidental e, em parte, da Europa
Oriental, da Europa do Norte e do Sul, das Américas, da África e da Ásia foram
evangelizados e formados doutrinal e espiritualmente pelo rito romano
tradicional, e aí encontraram a sua espiritualidade e a sua casa litúrgica. O
Papa João Paulo II deu um exemplo de sincero apreço pela forma tradicional da
Missa quando disse: «No Missal Romano, chamado “de São Pio V”, como em
várias liturgias orientais, há belíssimas orações com as quais o sacerdote
exprime o mais profundo sentido de humildade e de reverência perante os santos
mistérios: essas revelam a própria substância de cada liturgia» (Mensagem
aos participantes na Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a
Disciplina dos Sacramentos, 21 de setembro de 2001).
Seria contrário ao verdadeiro espírito da Igreja de todos os tempos expressar,
hoje, o desprezo por esta forma litúrgica, classificá-la como “divisiva” e
perigosa para a unidade da Igreja e emitir normas destinadas a fazê-la
desaparecer. As normas contidas no motu proprio do Papa Francisco procuram
arrancar impiedosamente da alma e da vida de muitos católicos a liturgia
tradicional, que em si mesma é santa e representa a pátria espiritual desses
católicos. Com este motu proprio, os católicos que, hoje, foram espiritualmente
nutridos e formados pela liturgia tradicional da Santa Madre Igreja, não mais
experimentarão a Igreja como mãe, mas como uma “madrasta”, conforme a própria
descrição do Papa Francisco: «Uma mãe que critica, que fala mal dos seus
filhos, não é mãe!» (Discurso aos consagrados e consagradas da Diocese de
Roma, 16 de Maio de 2015).
A carta apostólica do Papa Francisco foi publicada na festa de Nossa Senhora do
Carmo, padroeira dos Carmelitas (como Santa Teresinha de Lisieux), que rezam
especialmente pelos sacerdotes. À luz das novas disposições, o que diria aos
seminaristas diocesanos e aos jovens sacerdotes que desejavam celebrar a Missa
tradicional em latim?
O Cardeal Joseph Ratzinger falou da limitação dos poderes do papa em relação à
liturgia com esta explicação esclarecedora: «O papa não é um monarca
absoluto cuja vontade é lei; é, antes, o guardião da Tradição autêntica e,
portanto, o primeiro garante da obediência. Não pode fazer o que quer e, por
conseguinte, é capaz de opor-se àqueles que, por sua vez, querem fazer tudo o
que lhes vem à mente. A sua regra não é a do poder arbitrário, mas a da
obediência na fé. É por isso que, em relação à Liturgia, tem a tarefa de um
jardineiro, não a de um técnico que constrói novas máquinas e atira as velhas
para o monte de sucata. O “rito”, aquela forma de celebração e de oração
amadurecida na fé e na vida da Igreja, é uma forma condensada de Tradição viva
em que a esfera que usa aquele rito expressa toda a sua fé e oração, e assim,
ao mesmo tempo, a comunhão das gerações umas com as outras torna-se algo que
podemos experimentar, a comunhão com as pessoas que rezam antes de nós e depois
de nós. O rito é, portanto, um bem que se dá à Igreja, uma forma viva de paradosis,
a transmissão da Tradição» (prefácio a Dom Alcuin Reid, Lo sviluppo
organico della liturgia. I principi della riforma liturgica e il loro rapporto
con il movimento liturgico del XX secolo prima del Concilio Vaticano II,
San Francisco 2004). A Missa tradicional é um tesouro que pertence a toda a
Igreja, pois há, pelo menos, mil anos é celebrada, tida em grande consideração
e amada por sacerdotes e santos. Na verdade, a forma tradicional da Missa era
quase idêntica durante séculos antes da publicação, em 1570, do missal do Papa
Pio V. Um tesouro litúrgico válido e muito estimado durante quase mil anos não
é propriedade privada de um papa que ele possa dispor livremente. Por isso, os
seminaristas e os jovens sacerdotes devem pedir o direito de usar este comum
tesouro da Igreja e, se esse direito lhes for negado, podem, de qualquer forma,
usá-lo, talvez de forma clandestina. Isso não seria um acto de desobediência,
mas sim de obediência à Santa Madre Igreja, que nos deu este tesouro litúrgico.
Excelência, qual tem sido a sua impressão, até ao momento, sobre a
implementação de Traditionis Custodes?
Em poucos dias, os bispos diocesanos e até mesmo uma Conferência Episcopal
inteira já começaram uma sistemática supressão de qualquer celebração da forma
tradicional da Santa Missa. Estes novos “inquisidores litúrgicos” mostraram um
clericalismo surpreendentemente rígido, semelhante ao descrito e lamentado pelo
Papa Francisco quando dizia: «Há aquele espírito de clericalismo na Igreja que
se faz sentir: os clérigos sentem-se superiores, os clérigos afastam-se do
povo, os clérigos dizem sempre: isto faz-se assim, assim, assim, ou vai-te
embora!» (Meditação quotidiana na Santa Missa, 13 de Dezembro de
2016).
O motu proprio anti-tradicional do Papa Francisco assemelha-se, em alguns
aspectos, às decisões litúrgicas fatais e extremamente rígidas feitas pela
Igreja Ortodoxa Russa, sob o Patriarca Nikon de Moscovo, entre 1652 e 1666.
Isso acabou por levar a um cisma duradouro conhecido como o dos “velhos
crentes” (em russo: staroobryadtsy), que manteve as práticas
litúrgicas e rituais da Igreja russa como eram antes das reformas do Patriarca
Nikon. Resistindo à acomodação da piedade russa às formas contemporâneas de
culto greco-ortodoxo, esses velhos crentes foram anatematizados, juntamente com
o seu ritual, num sínodo de 1666-67, produzindo uma divisão entre os velhos
crentes e aqueles que seguiram a Igreja do Estado na sua condenação do antigo
rito. Hoje, a Igreja Ortodoxa Russa lamenta-se das drásticas decisões do
Patriarca Nikon, porque se as normas por ele implementadas tivessem sido
verdadeiramente pastorais e permitissem o uso do antigo rito, não teria havido
um cisma secular com tantos sofrimentos inúteis e cruéis.
Nos nossos dias, assistimos a cada vez mais celebrações da Santa Missa que se
tornaram uma plataforma para promover o estilo de vida pecaminoso da
homossexualidade, as chamadas “missas LGBT”, uma expressão que, em si, já é uma
blasfémia. Tais missas são toleradas pela Santa Sé e por muitos bispos. É
urgente um motu proprio com regras estritas que suprimam a prática de tais
“missas LGBT”, visto que são um ultraje à majestade divina, um escândalo para
os fiéis (os pequenos) e uma injustiça para com os homossexuais sexualmente
activos. Pessoas que com tais celebrações são confirmadas nos seus pecados e
cuja salvação eterna é, assim, posta em
perigo.
No entanto, alguns bispos, particularmente nos Estados Unidos, mas também
noutros lugares, como na França, apoiaram os fiéis da sua diocese que estão
ligados à Missa tradicional. O que diria para encorajar esses seus irmãos
bispos? E que atitude deveriam ter os fiéis para com os seus bispos, muitos dos
quais ficaram surpresos com o documento?
Estes bispos mostraram uma verdadeira atitude apostólica e pastoral, como
aqueles que são “pastores com o odor das ovelhas”. Encorajo estes e muitos
outros bispos a continuarem com uma atitude pastoral tão nobre. Que nem os
louvores dos homens nem o temor dos homens os movam, mas apenas a maior glória
de Deus, o maior benefício espiritual das almas e a sua salvação eterna. Por
sua vez, os fiéis devem mostrar gratidão, respeito e amor filial para com estes
bispos.
Que efeito terá, na sua opinião, o motu proprio?
O novo motu proprio do Papa Francisco é, em suma, uma vitória de Pirro e terá
um efeito bumerangue. As tantas famílias católicas e o número cada vez maior de
jovens e sacerdotes, em particular jovens sacerdotes, que assistem à Missa
tradicional, não poderão permitir que a sua consciência seja violada por um
acto administrativo tão drástico. Dizer a estes fiéis e sacerdotes que devem
simplesmente ser obedientes a estas normas não funcionará, pois eles sabem
muito bem que um chamamento à obediência perde o seu poder quando o objectivo é
suprimir a forma tradicional da liturgia, o grande tesouro litúrgico da Igreja
romana.
Com o tempo, surgirá, seguramente, uma cadeia mundial de Missas catacumbais,
como acontece em todos os tempos de emergência e perseguição. Poderemos,
efectivamente, assistir a uma era de Missas tradicionais clandestinas
semelhante àquela representada, de maneira tão impressionante, por Aloysius
O’Kelly, na sua pintura Mass in a Connemara Cabin.
Ou talvez vivamos uma época semelhante àquela descrita por São Basílio Magno,
quando os católicos tradicionais foram perseguidos por um episcopado liberal
ariano no século IV. Escrevia São Basílio: «A boca dos verdadeiros crentes é
muda, enquanto toda a língua blasfema se agita livremente; as coisas santas são
pisoteadas; os melhores leigos evitam as igrejas como escolas de impiedade; e
levantam as mãos nos desertos com suspiros e lágrimas ao seu Senhor nos céus.
Também tu deves ter ouvido o que está a acontecer na maioria das nossas cidades»
(Carta 92).
A admirável, harmoniosa e totalmente espontânea propagação e contínuo
crescimento da forma tradicional da Missa em quase todos os países do mundo,
mesmo nas terras mais remotas, é, sem dúvida, obra do Espírito Santo e um
verdadeiro sinal do nosso tempo. Esta forma da celebração litúrgica produz
verdadeiros frutos espirituais, especialmente na vida dos jovens e dos convertidos
à Igreja Católica, porque muitos deles foram atraídos para a fé católica
precisamente pela força irradiante deste tesouro da Igreja. O Papa Francisco e
os outros bispos que executarão o seu motu proprio deveriam considerar
seriamente o sábio conselho de Gamaliel, e perguntar-se se, efectivamente,
estão a combater contra uma obra de Deus: «E, agora, digo-vos: não vos
metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta
obra acabará por si própria; mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los
sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus» (Act 5, 38-39). O
Papa Francisco reconsidere, em vista da eternidade, o seu acto drástico e
trágico, e, com coragem e humildade, retrate este novo motu proprio, recordando
as suas próprias palavras: «Na realidade, a Igreja mostra-se fiel ao
Espírito Santo na medida em que põe de lado a pretensão de O regular e
domesticar» (Homilia na Catedral Católica do Espírito Santo, Istambul, 29
de Novembro de 2014).
Por ora, muitas famílias católicas, jovens e sacerdotes de todos os continentes
choram porque o papa, seu pai espiritual, os privou do alimento espiritual da
Missa tradicional, que tanto fortaleceu a sua fé e o seu amor por Deus, pela
Santa Madre Igreja e pela Sé Apostólica. Podem, por algum tempo, «chorar,
carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de alegria, transportando
os feixes de espigas» (Salmo 126, 6).
Estas famílias, estes jovens e estes sacerdotes poderiam dirigir estas ou outras
palavras semelhantes ao Papa Francisco: “Santíssimo Padre, devolvei-nos aquele
grande tesouro litúrgico da Igreja. Não nos trateis como Vossos filhos de
segunda classe. Não violeis as nossas consciências, obrigando-nos a uma única e
exclusiva forma litúrgica, Vós que sempre proclamastes ao mundo inteiro a
necessidade da diversidade, do acompanhamento pastoral e do respeito pela
consciência. Não deis ouvidos aos representantes de um rígido clericalismo que
Vos aconselharam a realizar uma acção tão cruel. Sede um verdadeiro pai de
família, que «tira coisas novas e velhas do seu tesouro» (Mt 13, 52). Se
ouvirdes a nossa voz, no dia do Vosso julgamento, perante Deus, seremos os
Vossos melhores intercessores”.
(https://www.diesirae.pt/2021/07/as-novas-regras-do-motu-proprio.html)
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